Nos anos
60, em Campina Grande ,
o grupo Equipe 3 (Anacleto Elói, Chico Pereira e Eládio Barbosa) foi pioneiro
na forma de trabalhar como coletivo (de fato). Além das várias ações,
performances e happenings, o grupo
empreendeu uma “viagem de estudos” pelos principais centros do país para
visitar museus e mostras como a Bienal de São Paulo e a Bienal da Bahia. Mesmo
assim, cada um dos artistas tinha sua própria “linha de ação” enquanto
indivíduo, culminando em participações “solo” nas Bienais de São Paulo (Eládio)
e da Bahia (Chico Pereira e Eládio). Mas, reconhecemos que foi o coletivo que
projetou o artista.
Nos anos
80, no NAC/UFPB, o grupo 3NÓS3 (Hudinilson Júnior, Mário Ramiro e Rafael
França), de São Paulo, trouxe para a cidade outro bom exemplo de um coletivo de
artistas, não o suficiente para influenciar o surgimento de algum grupo local
nesse período. A cena da época ainda enxergava o artista como algo único,
individual.
Hoje, o
grupo DIA, formado pelos jovens Daniel Ferreira, Izaac Brito e Américo Gomes, traz
um sopro de felicidade ao reviver o sentido de trabalhar “pensando junto”.
Todos com a ideia de dividir espaço, ação, emoção e conceito. Com passagens
pelo curso de Artes Visuais da UFPB (onde se conheceram em 2007), estes
artistas seguem o mesmíssimo ideário do Equipe 3 e do 3NÓS3: juntar
experiências e discuti-las até tudo resultar numa coisa só, conceitual e
esteticamente falando. As forças (e os conhecimentos adquiridos
individualmente) são canalizadas para um tema escolhido que pode surgir de um
filme, de uma música, das artes gráficas, ou de qualquer assunto que lhes
interesse discutir, afirmar, reafirmar, negar...
Para esta
mostra, Em Cartaz, na Aliança
Francesa João Pessoa, o grupo foi buscar no cinema (vide o título bem
apropriado) a ideia para produzir uma série de objetos referentes a filmes – Psicose, de Alfred Hitchcock, e O Pagador de Promessas, de Anselmo
Duarte, por exemplo – que servem de suporte para a ilustração de algumas cenas
marcantes.
Pelas
palavras dos “meninos”: “Esta série fala de objetos, mas não de todo objeto. A
cenografia é parte fundamental de um filme e, em certos casos, elementos
componentes da cenografia ganham grande importância, sendo indispensável para
determinada cena. Estes elementos cenográficos adquirem eventualmente status de ator. Seria possível até criar
um hall da fama para esses artistas
despercebidos batizados aqui como ‘personagens cenográficos’.”
No mais,
nosso maior interesse é que o DIA continue sempre se afirmando, trabalhando,
atuando... se redefinindo a cada dia. Afinal, cada dia é um novo DIA.