Andy Warhol e seus amigos da Pop Art passaram a criticar a sociedade de
consumo norte-americana utilizando imagens comerciais e objetos extraídos do
cotidiano em seus trabalhos, momento em que discutiam novos termos: reciclar,
transformar, apropriar etc.
Aliás, o jovem Cláudio Foca poderia muito bem ser situado como
artista Pop. Ele mesmo assume ao falar dos objetivos de sua obra: “Desconstruir
um produto, uma imagem, um texto. Em meio a esse bombardeio de informações, quero
causar um impacto positivo e divertido em quem tem olhos para ver. Propondo
assim, um novo entendimento, uma releitura dos ícones existentes que nos
envolve todos os dias, na TV e nas ruas.”
Todos sabem que o artista Warhol, judeu de classe média de Pittsburgh, na
Pensilvânia, antes de se tornar o maior representante do Pop era vitrinista e
desenhista de acessórios de moda. E foi essa experiência que o levou a “perceber”
a cultura do excesso provocado pela publicidade, pela cultura do consumismo
exagerado, pelo mass media.
Com visão privilegiada e bastante antenado com sua geração, Cláudio Foca
também acrescentou suas próprias referências e vivências – a tatuagem e o skate,
por exemplo – à produção de estampas e desenhos, vez por outra com a participação
de amigos como colaboradores. E é aí que se explica o título de sua primeira
exposição: Eu Coletivo. Tal como a produção Pop brasileira dos anos 60, também
conhecida como Nova Figuração, toda a obra de Cláudio Foca é carregada de humor
e irreverência. Basta observar atentamente suas “releituras” de slogans e
chamadas publicitárias impressas em veículos de massa, como as camisetas de sua
grife MadaFoca.
Aliás, com esse seu empreendimento, e sem perceber a importância da sua
produção nas artes visuais (nem pretender os holofotes do Pop), Cláudio nos propõe
a democratização (e desconstrução) da imagem, tal aqueles jovens idealistas e ávidos
por discutir seu mundo com perspicácia e inteligência. Na verdade, é um jovem
artista que muito se destaca nessa multidão do excesso. E, lúcido que é, nos
fala de si – o Eu – e do todo: o Coletivo.