1. Como se deu sua ‘descoberta’ pela arte? Foi fascinação ou desígnio?
Minha mãe fazia Educação Artística na UFPB e ela sempre me levava pra assistir as aulas. Eu era a “mascote”, a cantora mirim nas aulas de música, a atriz nas aulas de teatro e a modelo das aulas de desenho. E ficava desenhando os colegas de turma da minha mãe... Sempre tive materiais artísticos em minha volta e experimentava tudo sem restrições, amava tudo aquilo e suas possibilidades criativas. Assim, além de “designada” eu era (e ainda sou/estou) fascinada por arte e todas suas vertentes (e estou imersa nela até hoje).
2. De que forma vc chegou ao curso de artes da UFPB?
Na verdade eu sempre quis fazer fotografia. Ganhei minha primeira câmera com sapata e flash aos sete anos e ainda a tenho (cor: amarelo-limão... rsrs). Mas minha família não tinha condições de bancar meu curso, e o mesmo aconteceu com Arte e Mídia
3. Como você enxerga hoje o hibridismo da/na arte contemporânea?
Acho fundamental. Pois o leque de possibilidades aumenta dando maior poder criativo e liberdade de expressão, ampliando os horizontes, intrigando, desvendando, instigando, tocando o expectador, aguçando os sentidos, pondo-os para parar, observar, refletir, discutir, destrinchar e muitas vezes montar o “quebra-cabeça” que é a vida.
4. Como você define sua atuação nas artes visuais?
Ativa, produtiva, contínua, perspicaz e silenciosa... Pois sempre foi difícil mostrar meu trabalho. Todas as minhas produções são arquivadas, guardadas e poucas pessoas as conhecem, não mostro para todo mundo, apenas para pessoas especiais para mim (algo meio que um ritual de intimidade e confiança). Mas hoje penso diferente, já estou mais madura e confiante, sem receios ou medos de me expor, me revelar, de compartilhar pensamentos, sentimentos, momentos. Hoje me vejo como um livro aberto... Lê quem quer! E agora estou tendo a oportunidade de abrir este livro e compartilhar um pouco do que sou e por onde passei, quem passou por mim e me ajudou a ser de alguma forma a pessoa, artista, dançarina e fotografa que me tornei.
5. Você acha que há espaço/lugar/apoio para os jovens artistas?
Sim, mas poucos. Poucos são os lugares que realmente investem no novo, nos jovens artistas. E, na maioria, quando investem não têm o cuidado de oferecer boa “apresentação” das obras. Falo isso para os “novos artistas”, pois para os já conhecidos a história e as “pompas” são outras... Quem é do meio sabe como funciona, infelizmente. Enfim, é lógico que há exceções, mas são poucas. E isto [investir nos novos], é de extrema importância para todos nós “novos”, pois só assim teremos oportunidade de compartilhar nosso talento, habilidade, criatividade, experimentações. Isso é que é legal: novas propostas, novas possibilidades.
6. Que artistas ou movimentos te dão mais influências ou te agradam mais?
Tive bastante influência de grandes amigos artistas, entre eles: Amenemar, Flávio Tavares, Eliéser Filho, Miguel dos Santos, Cristina Strapação, Florismar Gomes (Flô), Silvino Espínola, Jacqueline Lima, Maximiano Fernandes, Sheilla Fadja, Danielle Calaço, Roncalli Dantas, Américo, Marta Penner, Dyógenes Chaves, Shiko, Eleonora Montenegro, Wilson Figueiredo, Paulo Aurélio, Cácio Murilo, Júlio Fontes, Almir Xavier, Ricardo Peixoto, Edu Costa, David Ribeiro, Roberto Mendonza, Leonardo Aires, Eduardo Vieira, Eugra Souto, Eduardo Moura, entre muitos outros... Quanto a meus estilos preferidos, no que diz respeito a desenho e fotografia, me envolvo muito com pessoas, sua simplicidade, sentimentos, sensualidade e o erotismo, a estima por si mesmo, os conflitos pessoais, o romance e a mistura de tudo, a contemporaneidade.
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